Janaína Paschoal no Senado |
A frase do título da matéria foi dita pela jurista Janaína
Paschoal durante sua fala na comissão Especial do impeachment no Senado. Na
ocasião, a advogada e professora de Direito apenas reforçou o que já apresentou
em relatório, juntamente com o jurista Reale JR, e que foi aprovado na Câmara
dos Deputados.
Para a jurista, ao praticar reiteradamente pedaladas fiscais
para maquiar contas públicas, Dilma não pode alegar ser inocente. "Pedaladas
fiscais foram a maior fraude que eu já vi na vida. Faz 20 anos que advogo no
crime e nunca vi nada igual", disse ela.
A advogada detalhou a prática de pedaladas fiscais e
argumentou que a presidente não quis cortar custos diante do caixa à míngua
porque estava em plena campanha à reeleição e, depois, nos primeiros momentos
do segundo mandato.
"Foram anos de falsidade ideológica na nossa cara e ela
é inocente?", questionou.
"Diante de um golpe dessa magnitude vou me
omitir? Como vou dormir com isso sabendo que está cheio de gente humilde
condenado por coisa pequena?".
Segundo Janaína Paschoal, a presidente Dilma tinha opções
legais para não praticar as pedaladas quando detectou que a situação financeira
não era favorável.
"Quando ela sabe que não vai ter dinheiro, que ela
contingencie despesas discricionárias, mas não queria parar de gastar em ano
eleitoral ou no início do segundo mandato", disse, citando como
alternativas demitir apadrinhados políticos, cortar "hotel
milionário" em viagens oficiais e reduzir o número de ministérios. "Tem crimes de sobra de responsabilidade e tem crimes de sobra
comuns", resumiu.
Uma planilha de contabilidade paralela feita pela
construtora Odebrecht e apreendida pela Polícia Federal mostra repasses do
grupo do herdeiro Marcelo Odebrecht para o marqueteiro João Santana. Os
pagamentos somam 21,5 milhões de reais e foram feitos entre outubro de 2014 e
julho de 2015, período da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e
dos primeiros meses do segundo mandato da petista, já sob efeito da Operação
Lava Jato. Os repasses variam de 500.000 reais a 1 milhão de reais.
"O
dinheiro que foi mandado para as ditaduras pouco transparentes e amigas
voltaram no petrolão", disse Janaína Paschoal.
Com msn