Pequenos partidos criticam votação da Reforma Política

CDH
    Na manhã desta segunda-feira, 6, no Senado, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, (CDH), realizou audiência pública para debater a reforma política sob a visão dos pequenos partidos.

Na abertura da reunião, o senador Paulo Paim (PT-RS), fez fortes críticas à proposta que já está em análise no Plenário da Câmara dos Deputados. 
  • Segundo o senador, a proposta causa uma preocupação enorme diversos aspectos do que vem sendo analisado. “É uma proposta conservadora, com pontos que podem até ser classificados como antidemocráticos”, afirmou o senador.

    Entre os questionamentos feitos pelos pequenos partidos está o financiamento privado às campanhas eleitorais. 

Segundo representantes, uma maioria contrária a prática se manifestou no Supremo Tribunal Federal, mas não teve vez.

    Também defendo os partidos pequenos, o candidato por 4 vezes à Presidência da República pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados, PSTU, José Maria de Almeira, fez críticas à Câmara dos Deputados. Segundo Almeida, o ato foi antidemocrático ao aprovar o projeto que libera a terceirização para as atividades-fim das empresas, hoje em análise no Senado.
“Em momento de desemprego, vem a Câmara com uma reforma que restringe quem resiste ao conservadorismo e que libera o financiamento para quem financia a corrupção — disse, fazendo uma referência às investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal sobre corrupção na Petrobras.
Também participam da reunião os partidos: PCO, PCB e PSOL

AOB
Cezar Britto
    Representante da comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Cezar Britto disse acreditar que a proposta, em análise pelo Plenário da Câmara dos Deputados, busca "extinguir a possibilidade do crescimento de uma nova esquerda no país".
A esquerda vem crescendo em países como a Grécia, a Espanha, como uma resposta à direita representada por governos como o de James Cameron na Inglaterra - observou Cezar Britto, que também já foi presidente do Conselho Federal da OAB.
    Ele citou como pontos preocupantes a proibição de acesso ao horário eleitoral e à propaganda em TV e rádio para quem não tiver representação no Congresso, assim como a restrição de acesso ao Fundo Partidário.
A atual legislação já é restritiva nestes aspectos aos pequenos partidos ideológicos. Mas agora querem transformar o restritivo em "extinguivo" — disse.
Cezar Britto também mencionou como "extremamente preocupante" a proposta de diminuição do tempo das campanhas eleitorais e cláusulas de barreira ligadas a critérios geográficos num país continental como o Brasil.
Me preocupa muito o estímulo a uma sociedade calada — afirmou.
    Para o representante da OAB, se o objetivo é diminuir o campo de atuação das chamadas "legendas de aluguel", bastaria vedar a cessão do tempo de TV e de rádio nas coligações, proposta defendida pela entidade.

    Cezar Britto afirmou que a reforma política faz parte de uma "ofensiva da direita", representada também por propostas como a ampliação da terceirização, a rediscussão do conceito de "trabalho escravo" e o combate a mais direitos para grupos como o dos homossexuais. Ele ainda criticou a legalização do financiamento privado de campanhas.
Empresa não é povo, ela não vota. Ela não financia candidatos por preferência, ela faz um investimento que custa muito caro para a sociedade depois — alertou.


Postagem Anterior Próxima Postagem

Facebook

header ads
header ads