Brasil implantará sistema de proteção do correio eletrônico

A presidente Dilma Rousseff informou no último domingo (13), através de sua conta no Twitter, que determinou ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) a implantação de um sistema seguro de e-mails em todo o governo federal.

    Recentes reportagens da TV Globo revelaram que a presidente Dilma, a Petrobras, o Ministério de Minas e Energia e outros setores estratégicos do país foram alvo de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos e serviços segretos do Canadá.

Foto reprodução Google Paulo bernado

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, já havia informado que o Serpro trabalhava num sistema para dar mais segurança aos e-mails do governo federal. 




  • Em entrevista Bernardo disse que a previsão era que o ministério começaria a testar o novo serviço de mensagens criptografadas ainda neste mês de outubro.

O governo também prevê a criação de um serviço público e gratuito de e-mail, oferecido pelos Correios. A tecnologia desse serviço, que também vai ser criptografado, será desenvolvida pelo Serpro. Segundo a presidente:  "Esta é a primeira medida para ampliar a privacidade e inviolabilidade de mensagens oficiais", disse a presidenta, acrescentando que "é preciso maior segurança nas
mensagens, para prevenir possível espionagem". 
  • Outras medidas para dar segurança às informações têm sido desenvolvidas em sintonia com o Planalto. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) criou e está agora aprimorando telefones fixos e celulares que transmitem sinal criptografado e dificultam a decodificação de conversas sigilosas. Apesar da dificuldade de usá-los, mais assessores e ministros pediram à agência para receber os aparelhos. 

A Abin também apresentou ao Palácio do Planalto uma espécie de pen drive que cria áreas seguras em computadores, dispositivos e sistemas. Os documentos criados nesse ambiente são automaticamente criptografados e podem ser enviados pela internet com segurança. O governo também quer comprar um satélite geoestacionário próprio, por meio da Telebrás. Hoje, dados, telefonia, sinais de TV paga e comunicações militares passam pelo satélite da Embratel, privatizada em 1997 e, atualmente, nas mãos da Claro, do empresário mexicano Carlos Slim.

    O Brasil apoiará iniciativas de outros países no tema, como estratégia de reação à prática de espionagem das comunicações de membros do governo e de empresas brasileiras por parte da NSA, agência de inteligência dos Estados Unidos, afirmou  o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo.

    Outra reportagem transmitida mostrou  como o Serviço Canadense de Segurança rastreava os telefonemas e a correspondência eletrônica do pessoal do Ministério de Minas e Energia do Brasil. A reportagem teve como base os documentos, que tinham sido entregues aos jornalistas pelo antigo técnico da CIA Edward Snowden. 

    O Brasil "está muito decepcionado" com a ausência de explicações por parte do Canadá a respeito dos objetivos, com que a sua entidade de espionagem eletrônica vigiava o pessoal do Ministério de Minas e Energia. O senador brasileiro Ricardo Ferraço fez esta declaração na entrevista ao jornal Globe and Mail.

  • A Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal da Espionagem também aprovou convite para que compareçam ao Senado o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, e o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Batista de Rezende. Na próxima semana, a CPI deverá ouvir representantes de empresas de telecomunicações.
Por Angélica Scloneski
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