O último artigo que publicamos do delegado da
delegacia do adolescente de Foz, Matheus Araujo Laiola, sobre a Maioridade
Penal, rendeu debate. O texto, favorável à redução da maioridade penal, chamou
a atenção de nossos leitores e, por este motivo, lá vai o próximo artigo do
delegado. Desta vez, o texto é contrário à Maconha.
“Me dá um MacConha, por favor!!!”
Foto reprodução google Mcjuana |
Na tarde do dia 26 de maio, houve em Foz do Iguaçu a
Marcha da Maconha, num cântico pacífico à liberação desta droga. É bem
verdade que informações dão conta de que apenas 120 (cento e vinte)
pessoas participaram do movimento. Menos mal.
- Estudos apontam que mais de 80% da população brasileira é contra a liberação da maconha. E esta rejeição é ainda maior entre a população carente.
Os defensores da liberação sugerem que reduziria a
população carcerária, acabaria a guerra contra o Tráfico, reduzindo a
violência e gerando mais impostos. Até celebridades televisivas já foram à
público defender a liberação.
A disponibilidade é a mola propulsora do consumo e
isto vale para qualquer tipo de droga.
Não faz sentido dizer que com a liberação da maconha
a violência diminuiria, afinal, no Brasil, a imensa maioria dos
Traficantes que vende maconha, também vende cocaína, crack...
Alguns estudiosos dizem que a maconha é uma droga leve.
Num passado esta afirmativa poderia ser verdadeira,
mas hoje isso é mentira. Atualmente o princípio ativo, o THC, é muito
alto, principalmente quando a maconha é oriunda do Paraguai, principal
porta de entrada desta droga no Brasil.O simples consumo já altera a
consciência do usuário e isto pode causar enormes malefícios.
A maconha não é perigosa porque ela é ilegal. Ela é ilegal porque é perigosa.
O “abre-alas” para entrada no mundo das drogas é o
álcool. Depois vem a maconha, cocaína, crack... e o final é devastador. Quanto
mais cedo prevenirmos o consumo da maconha, maior é a possibilidade da
pessoa não se tornar uma viciada, um trapo humano, um doente, um leproso.
Hoje as drogas são um flagelo social, não escolhem
classes.
Foto google Laiola |
Ao invés de participarmos da Marcha da Maconha, que
tal participarmos da Marcha contra a Corrupção, contra a precariedade da
Saúde Pública? Ahh não, isto é muito chato, careta...
Enquanto tivermos renda e vício, teremos o Tráfico
de Drogas. Isto ocorre em Foz do Iguaçu, Paris, Nova York. Temos leis
brandas que permitem qualquer um exteriorizar sua maldade e se sentir
superior. Na contramão destas leis, uma excelente medida de combate à criminalidade
foi a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei número 7.663/10,
de autoria do Deputado Osmar Terra, que aumenta a pena mínima de Precisamos
de medidas firmes, rígidas, e não liberatórias.
É melhor um grama de prevenção do que um quilo de tratamento, do contrário, daqui alguns anos, nossos filhos, ao invés de pedirem um lanche para saciarem a fome, vão pedir um MacConha. Triste e preocupante prenúncio.
Matheus Araujo Laiola, Delegado da Delegacia do
Adolescente de Foz do Iguaçu, ex-Delegado no Estado de Minas Gerais,
Pós-graduado em Direito Constitucional, em Segurança Pública, em Gestão
Pública, e Pós-Graduando em Investigação Criminal e Psicologia Forense.