Com a faca nas costas, Cunha parece ter a última carta na manga

Foto de Veja.com
Uma das votações, se não a mais demorada na história da política brasileira, foi essa do Conselho de Ética que cassou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha do Pmdb. Foram oito meses e alguns dias de manobras políticas e embates no plenário, mas o “cacique” não resistiu e, apunhalado pelas costas, o pmdebista foi cassado por onze votos a nove.

Para explicar melhor, a faca nas costas foi dada por dois deputados: Tia Eron, do PRB-BA, e a que mais doeu que foi a do Wladimir Costa, do Solidariedade. Este parlamentar, diferente da Tia Eron, não era somente um aliado de Cunha, mas sim um soldado “linha de frente” do pmdebista que dizia ter o maior apreço. Sim, aos 45 do segundo tempo, Wladimir surpreendeu até mesmo a oposição, e votou a favor da cassação.

Veja como votaram os deputados:

Sim: Paulo Azi (DEM-BA), Tia Eron (PRB-BA), Betinho Gomes (PSDB-PE), Júlio Delgado (PSB-MG), Wladimir Costa (SD-PA), Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), Léo de Brito (PT-AC), Sandro Alex (PSD-PR), Marcos Rogério (DEM-RO), Zé Geraldo (PT-PA), Valmir Prascidelli (PT-SP).

Não: Alberto Filho (PMDB-MA), André Fufuca (PP-MA), Mauro Lopes (PMDB-MG), Nelson Meurer (PP-PR), Sérgio Moraes (PTB-RS), João Bacelar (PR-BA), Laerte Bessa (PR-DF), Wellington Roberto (PR-PB) e Washington Reis (PMDB-RJ).

Carta na Manga
Mesmo depois de provar o próprio veneno e perder sua primeira batalha, Cunha voltou a dizer que não vai desistir de lutar. Sua assessoria divulgou uma nota no qual critica a votação no Conselho de Ética e acusa que o processo foi conduzido com parcialidade, “nulidades gritantes, incluindo o próprio relator, que não poderia ter proferido parecer após ter se filiado a partido integrante de bloco do meu partido", segue a nota, "Essas nulidades serão todas objeto de recurso com efeito suspensivo à CCJ, onde, tenho absoluta confiança, esse parecer não será levado adiante."

No documento, o peemedebista disse confiar na oportunidade de se defender em plenário e reverter a decisão. "Sou inocente", afirmou. Ao site de VEJA, Cunha também não descartou ingressar com recursos no Supremo Tribunal Federal. "Vamos à CCJ. Depois eu decido", disse. "Busco absolvição."


Será que o pmdebista ainda tem força nessa queda de braço? Vamos aguardar os próximos capítulos. 
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