Federação das Indústrias de São Paulo é favorável ao impeachment da Dilma

Paulo Skaf,
Em entrevista ao Jornal da Globo, na madrugada de quarta-feira, 15, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, anunciou que tanto a federação quanto o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) são a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Por esta situação que chegamos na economia e com esta crise política causada pela total falta de credibilidade do governo, por falta de confiança do governo, de investimentos parados, o país à deriva, nessas circunstâncias e o que nós observamos por parte da senhora presidente não é atitude no sentido de solucionar, no sentido de reduzir gastos, de reduzir desperdício. Pelo contrário. É a vontade de aumentar os impostos, penalizando mais ainda a sociedade, as empresas, a competitividade, as pessoas. Então somos a favor do andamento do processo de impeachment. - afirmou Skaf em coletiva de imprensa pouco depois da tomada de decisão unânime dos conselheiros das entidades.
Skaf afirmou que a posição foi adotada com base em uma pesquisa de opinião feita com 1.113 donos ou gestores de indústrias de São Paulo, ouvidos entre os dias 9 e 11 de dezembro. O levantamento mostrou que 91% dos respondentes são pessoalmente a favor do impedimento de Dilma, 5,9% são contrários ao afastamento da presidente e 3,1% não responderam.

Quando perguntados sobre o posicionamento oficial da sua empresa, 85,4% disseram que a companhia é favorável ao impeachment, 4,9% são contrárias e o respondente não soube informar o posicionamento da empresa em 9,7% dos casos. Em relação à Fiesp, 91,9% disseram que a entidade tem que se posicionar sobre a questão, enquanto 8,1% opinaram que não.

A sondagem foi feita pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, que disparou cerca de 8.395 questionários para empresas cadastradas e contabilizou as respostas recebidas. A amostra da pesquisa é composta por 73% de empresas pequenas, 22% de médias e 5% de grandes e não expressa exatamente a distribuição de portes das empresas paulistas.

A federação, que representa 153 mil indústrias paulistas, já vinha criticando abertamente a política econômica da gestão Dilma, inclusive com a veiculação de anúncios em jornais com os nomes e contatos de deputados que se posicionaram a favor da recriação da CPMF.

É a primeira vez que duas das principais entidades de classe do empresariado no Brasil se posicionam em bloco e oficialmente sobre o processo de impedimento de um presidente.

De oGlobo
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