Cardozo faz de tudo para desacelerar o processo de impeachment

Cardozo
Com o processo de impeachment acelerado no Senado, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, já garantiu que vai recorrer, de qualquer jeito, ao Supremo Tribunal Federal para desacelerar o trem.

Uma das saídas de Cardozo é questionar a a decisão do presidente da comissão especial, Raimundo Lira (PMDB-PB), de reduzir o cronograma estabelecido pelo relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) em 20 dias. Serão três recursos apresentados pelo advogado.

Carfozo alega que não foi notificado sobre os pedidos, nem teve tempo para analisar e se posicionar sobre eles.

O último recurso diz respeito à delação premida do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Cardozo pede que a comissão especial solicite os áudios de Machado, gravado em conversas com políticos como o senador Romero Jucá (PMDB-RR), José Sarney (PMDB-MA) e o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL).

Para ele, a conversa entre Machado e Jucá é a "prova explícita de que houve desvio de poder" no processo de impeachment. Segundo o ex-ministro da Justiça, se a acusação encontrasse um áudio de Dilma que mostrasse má-fé ao autorizar decretos - base da denúncia - também poderia utilizar o material.

Apesar de a defesa sustentar que as gravações são a peça principal da defesa de Dilma, o pedido do advogado foi indeferido pelo relator na quinta, 2, que diz que o documento é estranho ao processo. "Os áudios de Machado não são fatos novos, não alargam o objeto. Não são estranhos ao processo, eles são o processo", defendeu.

Cardozo voltou a insinuar que há uma intenção do Palácio do Planalto em acelerar o julgamento do impeachment no Senado. "Estão aniquilando o nosso direito de defesa, é um novo golpe em cima do golpe", declarou. E ressaltou que, quando Temer, disse em entrevista ao SBT na quinta, ter os votos para afastar Dilma definitivamente, deixou evidente que o julgamento será apenas político.

O advogado da presidente afastada também rebateu a nota do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dizendo que "seria prudente evitar recorrer, a todo tempo, ao Judiciário para que decida questões de ordem". De acordo com Cardozo, ele "não vai recorrer por questões não relevantes".

Com Folha de S.P
Postagem Anterior Próxima Postagem

Facebook

header ads
header ads