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Pelo visto, explicação não é o forte do ex-presidente
Lula. E olha que se tratando do líder petistas, essa deveria ser sua melhor característica.
É sério.
O Instituto Lula resolveu utilizar o seu site para falar
e negar sobre o apartamento tríplex, localizado no condomínio Solaris, Guarujá.
O apartamento ficou famoso após ser citado em delações de presos na Lava Jato.
Em seu primeiro depoimento, ainda nada oficial na época,
Lula negou até ter pisado no humilde apartamento. Agora, na nota publicada pelo
Instituto, confirmou que o ex-presidente esteve na unidade 164-A, um tríplex de
215 m2, em uma “única ocasião”, em 2014, acompanhado da mulher, Marisa Letícia,
e de José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, sócio da OAS.
O comunicado divulgado ontem pelo Instituto Lula faz um
histórico da negociação envolvendo o empreendimento e acusa a imprensa e
“agentes públicos partidarizados” de promover uma “farsa” para incriminar o
ex-presidente da República. No Ministério Público paulista, contudo, a
avaliação inicial é de que as informações corroboram os indícios de tentativa
de ocultação de patrimônio. O promotor Cássio Conserino afirmou que viu
incoerência nas informações apresentadas.
Desde que surgiram suspeitas na relação do tríplex 164-A
com a família Lula, o instituto do ex-presidente vinha divulgando notas
afirmando que o petista e sua família nunca adquiriram o apartamento em si, mas
uma cota-parte da Bancoop para aquisição de um imóvel no edifício, e que,
posteriormente, desistiram da compra.
“O que eu posso falar é que é incoerente com as próprias notas do instituto. Antes eles tinham uma cota e agora eles têm uma unidade habitacional específica. Nem eles sabem o que eles têm”, disse Conserino ao Estado. O promotor já afirmou que via indícios para denunciar Lula por lavagem de dinheiro. O inquérito do MP-SP investiga a suspeita de que as operações envolvendo a Bancoop e a OAS provocaram prejuízos de aproximadamente R$ 250 milhões aos cooperados.
Lula e Marisa foram intimados na semana passada a depor
no próximo dia 17 como investigados em inquérito do Ministério Público Estadual
que apura oito empreendimentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários do
Estado de São Paulo (Bancoop) assumidos pela OAS, alvo da Lava Jato por
formação de cartel na Petrobrás entre 2004 e 2014. Um desses empreendimentos é
o condomínio Solaris – também alvo da Operação Triplo X, 22.ª fase da Lava
Jato.
‘Boatos’
Ontem o Instituto Lula afirmou que o ex-presidente e
Marisa Letícia avaliaram que o tríplex no condomínio Solaris “não se adequava
às necessidades e características da família, nas condições em que se
encontrava”. O instituto afirma que a ex-primeira-dama e Fábio Luís Lula da
Silva voltaram ao apartamento quando este estava em obras. O apartamento está
em nome da OAS.A nota diz que a família desistiu do negócio “mesmo tendo sido
realizadas reformas e modificações no imóvel (que naturalmente seriam
incorporadas ao valor final da compra)” por causa de “notícias infundadas,
boatos e ilações que romperam a privacidade necessária ao uso familiar do
apartamento”.
O instituto voltou a criticar a decisão do promotor de
intimar Lula e sua mulher a depor como investigados. “Além de infundada, a
acusação leviana do promotor desrespeitou todos os procedimentos do Ministério
Público, pois Lula e Marisa sequer tinham sido ouvidos no processo.”
A Polícia Federal incluiu o tríplex 164-A no rol de
imóveis com “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade”.
Com msns