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| Fernando Collor assina e se afasta da presidência da República |
O assunto é a cassação de Dilma Rousseff e, por este
motivo, o Calibre decidiu relembrar aos leitores como aconteceu a última
cassação presidencial no Brasil – do então presidente Fernando Collor de Mello
-.
Após 30 anos de ditadura, o primeiro presidente eleito
por voto direto foi Fernando Collor. Pode se dizer que este homem foi do céu ao
inferno, sozinho. Fraudes financeiras e alguns outros crimes é que provocaram a
cassação de Collor. Mas, isso você saberá ao decorrer do texto.
Bom, vamos lá!
Tudo começou no dia 19 de dezembro de 1992 quando foi
apresentado o processo que resultou com a renúncia de Collor. Mas, vamos ao
passado para você entender melhor. Collor assumiu em 1990. Na época, com apenas
39 anos de idade, carregava o slogan “Não fale em crise. Trabalhe”.
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| Fernando Collor - VEJA- |
Um de seus primeiros atos como presidente foi como um
tiro no pé. Collor confiscou o saldo das poupanças bancárias e dizia que
precisava o fazer para frear a maldita inflação. Na época, cada cidadão ficou
com apenas 50 mil cruzeiros – o que hoje daria quase R$ 6 mil reais -. Reza a lenda
que muitas famílias conheceram a miséria a partir daí.
Mesmo com a atitude radical, a inflação continuou
corroendo o país. Acredite, em 1991, ultrapassava dos 400% anual. Aqui começa a
escurecer o mundo do então presidente.
No ano seguinte, em 92, o irmão do presidente iniciou,
de verdade, a cassação de Collor. Mesmo sem querer. Ele jogou na mídia um
esquema de lavagem de dinheiro no exterior e dizia que o crime era comandado
por Paulo César Farias, conhecido como PC e tesoureiro de Collor em 89. Aqui, o
então presidente já se entregaria ao dizer que seu próprio irmão estava louco
em fazer essa denúncia.
Louco ou não, o Congresso criou a tal da Comissão Parlamentar
de Inquérito, famosa CPI para investigar a denúncia. Aqui, a CPI confirmou os
crimes de esquemas envolvendo PC. Porém, entre os esquemas, a polícia descobriu
que grande parte da grana foi para uma reforma na casa ... de quem? De Fernando
Collor.
A ligação entre o presidente e a sujeira começava a ser
soprada aos ventos. O golpe final veio do motorista de Collor, Eriberto França,
que disse a imprensa como levava contas do presidente para serem pagas por
empresas de fachada de Paulo Farias.
Um fato histórico, foi quando Collor pediu apoio a
população ir às ruas vestindo as cores: verde e amaralo. Mas, ao contrário do
que esperava, o povo saiu de preto. Um golpe para o presidente.
A CPI constatou também que mais de R$ 6 milhões teriam
sido transferidos, de maneira irregular, para financiar gastos do presidente.
- A imprensa iniciou um ataque de publicações escandalosas envolvendo Collor. Entre eles, o principal: corrupção. Foram 441 votos, dos 509 deputados, para aprovar o impeachment de Fernando Collor. Já no senado, a votação não foi diferente, o resultado 73 votos a 3 decidiu pela condenação dele.
- Ele chegou a ser julgado e absolvido pelo Supremo Tribunal Federal em 94.
Vamos às curiosidades divulgadas pela revista VEJA!
Fernando Collor, após ser julgado e absolvido, em 2006
foi eleito senador - cargo que ocupa até hoje (dezembro de 2015) -,
representando o estado de Alagoas.
PC FARIAS
Condenado por sonegação fiscal, falsidade ideológica e
outros crimes. Em 1996, em liberdade condicional, foi achado morto com a
namorada - ambos baleados - em circunstâncias misteriosas -.
OPOSITORES
"Estrelas" da CPI do impeachment acabaram
passando de juízes a julgados, caso dos então deputados José Dirceu e José
Genoíno, condenados no escândalo do Mensalão.
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| Foto revista VEJA sobre o manifesto contra Collor |