Foto Camara Municipal |
Bom, não foram todos os vereadores que aceitaram a pressão absurda
da igreja cristã neste veto, pois os vereadores Dilto Vitorassi e Nilton Bobato
não se entregaram a mais uma idiotice de alguns fiéis. Agora vão entender por
que tanto desgosto ao escrever esta matéria.
Com 12 votos favoráveis, os vereadores mantiveram o veto, do
Prefeito Reni Pereira, excluindo do Plano Municipal de Educação alguns artigos
do projeto original, os quais tratam de:
- Articular ações que buscam orientar sobre a desigualdade, discriminação e diversidade aos profissionais da educação, familiares e comunidade em geral;
- Dispositivos que tratam da promoção e garantia da liberdade de crença e orientação sexual,
- Desenvolver o senso comum em toda sociedade em relação ao respeito a livre escolha na orientação sexual e o
- Respeito à diversidade de crença.
A votação contou com a presença massiva de líderes
religiosos no plenário da Câmara, que defendiam a manutenção do veto parcial ao
plano.
Agora o Calibre pergunta: What the fuck are doing?
Vamos do princípio... “Respeito à diversidade de crença”,
veto nisso? Qual o motivo? Ou seja evangélico ou morra? Um absurdo. A
diversidade da crença deve sim ser respeitada e até mesmo os crentes mais
radicais devem ser respeitado. Macumba, católico, Iemanjá, evangélico, toda
forma de religião deve ser reconhecida e respeita, queira ou não você fazer
parte de uma dessas.
Agora vamos a outro ponto ridículo: Desenvolver o senso
comum em toda sociedade em relação ao respeito a livre escolha na orientação
sexual.
Qual o objetivo de vetar um detalhe desse? O filho de um
crente pode querer ser homossexual ao saber que existem pessoas com essa
escolha? A diferença aqui é que o pai e mãe serão os últimos a saber. A livre
escolha na orientação sexual deve sim ser um assunto em salas de aulas, assim
como a vida sexual o uso da camisinha e dentre outros assuntos importantíssimos.
Isso é INFORMAÇÃO!
Ai vejo alguns vereadores como Luiz Queiroga, Gessani da
Silva dizendo que são a favor da família! O que é família pra eles? É o que
está escrito na bíblia? Homem, mulher e filhos! Tudo isso, senhores vereadores,
é para ganhar votos na vida pública ou por que realmente levam a sério essa
ideia de Família? Por que o Calibre mesmo pode citar muitas famílias totalmente
diferentes destas que sugerem e que são mais humanas do que a “tradicional”
como dizem.
Uma vez li nas redes sociais e compartilho neste texto: “Dois
de sexo igual muitas vezes adotam o que dois de sexo diferente abandonaram”, e
de fato!
A família tradicional tende ser respeita, mas não
generalizada. Assim como outros tipos de famílias. Essa é a triste realidade.
Vendo homossexuais sendo agredidos de forma cruel e covarde nas ruas não te
fazem pensar nisso? Ou acham que não passa de uma doença.. só ir na farmácia comprar
o remédio e melhorar! Ah, não, é só ir na igreja né, lá tem a cura! Blá blá
blá.
O vereador Rudinei de
Moura do (PROS), este ninguém mexe aqui na cidade não. Então não será o
calibre! Mas, veja o que disse sobre o tema: “Com relação à família, sou radical e quero
parabenizar os padres e o Copefi pela posição.
Mais vou dar uma cutucadinha: Ele disse, também, “O preceito
em que fui criado é o que sigo”.. Bom, vereador, realmente a cidade sabe
disso... (silencio na redação)
Contrário aos artigos vetados, o vereador Nilton Bobato
(PCdoB) ratificou seu posicionamento. “Sou um defensor fundamentalista do
direito das pessoas serem o que são e serem respeitados pelo o que são. Eu me
assusto muito quando vamos vetar um artigo que diz promover alfabetizamos de
mulheres negras, ciganas. A minha vida toda lutei para incluir as pessoas e não
para excluí-las”, defendeu Bobato.
Também contrário ao veto, o Vereador Dilto Vitorassi (PV)
explanou. “O que o Bobato quis dizer é que é preciso abrir mais espaço para as
pessoas que foram discriminadas durante longos períodos da história. Hoje quem
quer escravizar quer fazer isso com as minorias. O problema é a discriminação,
a homofobia. Eu voto contra o veto acanhado e sorrateiro”, enfatizou Vitorassi
(PV).
O vereador Zé Carlos (PROS) defendeu a ampliação da
discussão. “A ideologia de gênero não se restringe somente ao Plano municipal
de educação, ela se expande para vários espaços da sociedade. Ela se manifesta
no Poder Judiciário, nas mídias, nos filmes. A sociedade precisa rever essa
questão. O direito à liberdade de expressão termina quando começa o do outro”.
Com a votação realizada pela Câmara Municipal, o veto foi
mantido e o Executivo já publicou no Diário Oficial do município do dia 23 de
junho.
Uma derrota para a democracia e uma vitória para a doutrina
da igreja cristã em Foz. Triste notícia essa que mostra o verdadeiro poder da
igreja sobre a política.