Uma pesquisa realizada no Canadá revelou que as drogas tornaram-se
mais baratas e mais puras ao redor do mundo nos últimos 20 anos, sugerindo um “fracasso”
dos esforços para conter a produção, consumo e tráfico de entorpecentes.
- De acordo com os responsáveis pela pesquisa, os governos deveriam passar a considerar o uso de drogas um aspecto de saúde pública, e não um assunto para a Justiça.
Foto reprodução Google "Drogas" |
De forma geral, os números compilados pelo centro canadense
mostram que entre 1990 e 2010 os preços das drogas caíram, enquanto a pureza e
a potência aumentaram.
- Além disso, as drogas estão mais puras e mais disponíveis ao redor do mundo.
Os números do relatório mostram que houve um aumento
significativo em diversos países com relação à apreensão de cocaína, heroína e
maconha, conforme os registros governamentais desde 1990.
O estudo do International Centre for Science in Drug Policy (Centro Internacional para a Ciência em Políticas de Drogas) foi publicado na revista científica British Medical Journal Open e avaliou programas de contenção e vigilância de governos de diferentes países.
Polêmica
A divulgação do estudo ocorre dois dias após um policial
britânico de alto escalão ter dito que drogas como cocaína, crack, ecstasy, LSD
e metadona deveriam ser descriminalizadas, e que os usuários deveriam receber
cuidado e tratamento, ao invés de serem vistos como criminosos.
Foto reprodução Google |
Entre os especialistas ouvidos pelo International Centre for
Science in Drug Policy está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que nos
últimos anos vem defendendo novas estratégias para lidar com o assunto.
“Em resposta a um estudo como este, os governos em geral dizem que ‘as drogas
são perigosas e por isso devem ser mantidas ilegais”, diz.
“O que eles não consideram é que assim como esta e outras
pesquisas já sugeriram, as drogas são mais danosas à sociedade, aos indivíduos
e aos contribuintes – precisamente pelo fato de serem ilegais. Alguns países
europeus já tomaram passos para descriminalizar várias drogas, e estes tipos de
políticas também deveriam ser exploradas na América Latina e na América do
Norte”, avalia.