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O texto foi construído por um grupo formado por empregadores, governo e parlamentares, com a oposição dos trabalhadores e deve ser adotado como substitutivo pelo relator da proposta.
O tema preocupa a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) que entende que a proposta “precariza” os direitos dos trabalhadores, “levando em conta apenas uma alegada eficiência empresarial”.
Para o presidente da Anamatra, Paulo Luiz Schmidt, "O projeto é uma grave ameaça ao Direito do Trabalho. Na prática, ele dilui a responsabilidade do empregador, acaba com a identidade das categorias profissionais e mitiga conquistas e garantias hoje consolidadas, apontando para um caminho em direção ao passado, à escuridão social".
- Entre as principais preocupações está a liberação geral da terceirização, inclusive na atividade-fim, além da permissão da subcontratação de forma indefinida. Schmidt alerta que não há qualquer menção no texto à restrição da terceirização na atividade principal da empresa. “No futuro vamos ter empresas sem empregados", explica o magistrado.
Migração
Na visão de Paulo Schmidt, a regulamentação da terceirização nos moldes como está sendo proposta na Câmara vai significar o aumento desenfreado dessa forma de contratação. O magistrado avalia que, com o texto aprovado, 10 milhões dos 32 milhões de empregados diretos migrarão para a terceirização nos próximos cinco anos. Ele prevê que isso resultará “numa drástica redução da massa salarial no período”, estimando que, em dez anos, o número de terceirizados ultrapasse o de empregados diretos das empresas.