O Estudo Global de Homicídios, do Escritório das
Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), fez uma levantamento sobre os
países onde morrem mais pessoas assassinadas.
O Brasil ocupa um lugar de destaque entre os países mais violentos, tomando como base a proporção de assassinatos para cada cem mil habitantes: 20,4 pessoas. Confira o triste ranking:
- Brasil: 43.909 pessoas assassinadas
- Índia: 40.752
- México: 20.585
- Etiópia: 20.239
- Indonésia: 18.963
- Nigéria: 18.422
- África do Sul: 16.834
- Rússia: 15.954
- Colômbia: 15.459
- Estados Unidos: 15.241
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As explicações para o fenômeno da violência são inúmeras: o narcotráfico, a
grande quantidade de armas (legais e, principalmente, ilegais) em circulação e
a própria cultura da violência como via para solucionar conflitos pessoais.
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Com tudo, é necessário somar a corrupção
policial, o descaso policial no momento de investigar os crimes, a absurda
demora e a corrupção da Justiça , o estado inviável do sistema carcerário.
Contudo em relação à forma como as mortes por armas de fogo se disseminaram
rapidamente por todo o país, deixando de se concentrar nos dois ou três maiores
centros urbanos do Brasil, a explicação é surpreendente. Segundo a pesquisa
realizada pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos , o fenômeno diz
respeito à desconcentração industrial e migração interna provocada pela
expansão geográfica de atividades econômicas. Ou seja, quanto mais a indústria
e a economia se desconcentram, mais a violência segue o mesmo caminho.
A responsabilidade direta da segurança pública é dos
estados, ainda que o governo nacional tenha sua política sobre o assunto. De
qualquer forma, os resultados observados devem ser atribuídos, principalmente,
aos governos estaduais, que se mostram, na maioria das vezes, incapazes de
frear a violência que cresce e se dispersa na medida em a oferta de trabalho
diminui.
Isso nos faz lembrar um velho ditado brasileiro: “Se
correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come”. São assim as coisas. O país
diversifica sua economia, em todo o território brasileiro crescem as
possibilidades de emprego e renda, e também aumenta a possibilidade de que,
diante de uma política ineficaz de segurança pública, você seja atingido por
uma bala perdida.
Homicídios não contabilizados
- Um estúdio realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgou que mais de 2,6 mil homicídios não foram contabilizados pela estatísticas oficiais do Estado. A matéria foi divulgada no último domingo (4), no programa Fantástico da Rede Globo. O estudo realizado junta dados do ano de 1996 a 2010. O Ceará foi o 9º estado brasileiro com maior número de “homicídios ocultos”.
No geral, foram 2,643 homicídios não catalogados
pelo poder público.
Angélica Scloneski
Angélica Scloneski