Hoje acordei com tanta saudade! Não sei se foi o clima aconchegante, ou simplesmente bateu saudade dos tempos bons. Não me recordo de ter parado um dia se quer na minha vida, pra recordar-me de datas marcantes, de momentos de infância, que na época pareciam tão banais, mas que hoje percebo a importância deles.
Sei bem o tempo não volta, mas bateu saudade das tardes de domingo na casa da tia Hilda, além da cuca, saboreávamos mate-doce, nós as crianças, ficávamos por último, primeiro os mais velhos, mas mesmo assim era bom, muito bom! Até as idas e vindas na casa da outra tia, a Nair, tinham um sabor especial. O pão da minha mãe, os bolinhos de chuva, até o chá de erva mate...deixou lembranças.
Alegria mesmo era passear de ônibus com meu pai, umas voltas no quarteirão, e a festa estava pronta. O perigo de hoje, nem passava por perto. Todos, irmãos, primos, vizinhos, brincávamos até o sol se por. Não tinha tempo ruim, nossas brincadeiras eram sadias, os brinquedos e as pessoas eram reais. Cada dia era uma nova aventura, pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, meninas pulavam elástico, meninos assistiam Cavaleiros do Zodiaco e usavam as calças por cima da camisa.
Faziamos guerra de mamonas com ou sem estilingues. Era um tempo de simplicidade. Mas tenho saudade mesmo do respeito que havia. Os pais decidiam e os filhos nem discutiam. Tirania? Não, respeito. “Velhos tinham autoridade, independente de idade, vemos hoje que alguns filhos são carros fora dos trilhos, às vezes até empecilhos, querendo ser maiorais, libertinos sem medidas, sentem-se donos da vida. Findou vida acomodada, onde a conversa tratada cumpria-se e nada mais, de ser humanos prudentes e de filhos obedientes, saudade do tempo quando a escola era lugar de quem queria estudar.
Foi-se o tempo sem malicias, do trabalho sem preguiça e de ruas sem policias”. Ando mesmo com saudades!
“Ando com saudade de ver a verdadeira amizade, amigos em harmonia, sem mentira e falsidade. Ando com saudade de ver uma reunião em família. Ando com saudade de ver exemplos de honestidade de quem tem a obrigação, de mostrar autoridade”. (Trecho da canção dos amigos Leonel Rocha e Campos).
Paz e Luz e até semana que vem!